Março 2004

2. A caminhada

Necessito urgentemente de reviver a minha capacidade de escrever como forma de catarse de emoções acumuladas. Em seis meses a minha vida foi revolucionada por inúmeras acções a enredos originais que me fizeram crescer mental e espiritualmente, como nunca antes. Dir-se-ia que em seis meses cresci tanto como em seis anos.

Estou a evoluir categórica e indesmentivelmente para um novo e renovado ser, mais maduro e ponderado, e, sem margem para dúvida, indiscutivelmente mais humilde e sereno. Mesmo assim, ainda subsiste, o refugo e os resíduos de uma alma mais atormentada e perdida, como antes era, e em situações de limite as falhas submergem, para minha insatisfação, mostrando o quão ridículo e mesquinho eu era, e como ainda tenho uma caminhada longa pela frente.

O caminho esta ainda algo por traçar, mas as metas já se vão esboçando, como promessas de uma Terra Prometida, como um paraíso que apesar de estar distante, está apenas a umas quantas léguas de caminhada insistente.

De que vale o céu azul
e o sol sempre a brilhar
se você não vem
e eu estou a lhe esperar
só tenho você no meu pensamento
e a sua ausência é todo meu tormento
quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro inferno

De que vale a minha
boa vida de play-boy
se entro no meu carro
e a solidão me dói
onde quer que eu ande tudo é tão triste
não me interessa o que de mais existe
quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro inferno

Não suporto mais
você longe de mim
quero até morrer
do que viver assim
só quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro’ inferno uou uou