Maio 2009

Faz um par de meses que estive na cidade eterna. Confesso que como amante de História visitar Roma, mesmo que de rompante, mexeu com os meus alicerces de conceitos e percepção do que é a Humanidade, a Moral e a Ética. A cada esquina à a sensação de total esmagamento face a monumentos tão sumptuosos e que se perdem na raiz dos tempos.

A expressão umbigo do mundo tem de facto alguma razão de ser, pois ao fim ao cabo, toda a civilização ocidental está baseada nos princípios culturais judaico-cristãos que estão ali explicados, pedra após pedra. A forma como os romanos deixaram as suas marcas e como acolherem uma religião escolhida e polida por um dos seus imperadores diz tudo do que foi o poder, que ainda emana apesar da decadência prestada pelos séculos. A caducidade do Vaticano, permanece apoteótica e ostensiva em cada esquina. Cada igreja pavoneia incríveis obras-primas de dois mil anos até ao século XIX com a mais perfeita desfaçatez.

Senti-me como oprimido com todos os recantos da Roma antiga grafitados por nomes de papas e cardeais que tentaram imortalizar os seus nomes em todos os monumentos à imagem do que os imperadores romanos faziam. As custas de fortunas recolhidas pelos crentes ao longo de séculos, sustentando uma opulência desmesurada dos chefes de uma igreja. Curiosos que existem passagens nas escrituras onde taxativamente não são bem-vindas riquezas e ostentação. Mas o gajo dos sapatos vermelhos e que sabe e manda. Isso abalou-me. Fez-me sentir roubado e expropriado de uma fé, algo franciscana, algo que em Roma não se pode nem deve procurar. Apenas se pode ficar triturado perante o peso e beleza dos palácios, dos obeliscos e das colunas. E gostei. Explicou-me muito do passado.

Aproxima-se o Verão e com ele novas etapas. O mundo muda e a vida acontece quando tentamos racionalizar um pouco o nosso meio , talvez por isso exista um permanência um lag , uma dessincronização, entre a nossa capacidade de interiorizar os acontecimentos importantes da nossa vida e actuar de acordo quando ocorrem novos eventos. Por isso considero que cada vez mais a vida tem que ser instintiva o mais possível e não planeada segundo valores pré definidos.

Talvez por eu ser uma estranha simbiose entre um romântico encartado e um filosofo de trazer por casa, gosto de aliar conceitos inverosímeis – como encontrar alguma lógica nos comportamentos humanos e simultaneamente defender a paixão de Viver. Porém quando me dou conta, construo uma manta de retalhos de concepções e hipóteses de fundamentos. Isso leva-me a acreditar que muitas ideias que vulgarmente considerava imutáveis são de facto castelos de cartas e que segundo um filosofo ancestral – Sócrates – nos devemos colocar como eternos aprendizes.

A mutabilidade da vida parece ser a única constante da existência. E isso demora a ser apreendido. E este Verão quero aprender muitas coisas sobre a vida, nas aulas do bem lindo rebento.

  • My baby 50mm 1/4 has departure from inward office of exchange at Lisbon after 4 days and 6 hours of intense customs commissioner examination #
  • I got the morning blues #
  • Memo: assaltar banco, torquiar gato. Muito trabalho! #
  • Memo: assaltar banco, tosquiar gato! Qual a tarefa mais difícil? #