considerações

Cada macaco no seu galho, e uma expressão muito comum, mas que se traduz num enorme rol de considerações. A hierarquia, a burocracia e o conservadorismo reaccionário defendem-se segundo esta curiosa máxima.

Pessoalmente acho que no nosso país esta expressão é levada a letra e questões de autoridade formal são levadas à letra, por muito que a hierarquia seja instituída de forma rocambolesca. Nas empresas normais, pela maior parte dos países desenvolvidos, o chefe é encontrado por mérito e provas dadas, mas infelizmente aqui existem critérios extra gestão que entopem a capacidade competitiva e evolutiva das empresas – tornando-se no fundo incapazes de evoluir e competir.

A «cunha» e os «lambe-botas» são os principais critérios de evolução das carreiras ao contrario da competência e mérito e os ganhos altos são preenchidos por incapazes e incompetentes para os cargos que se dedicam exclusivamente a manter o status quo, maltratando os subordinados e obedecendo cegamente a qualquer ordem, mesmo que totalmente irrealista vinda de cima.

Curiosamente a expressão macacos sem galho é algo que se me faz lembrar o desnorte político e democrático da República Portuguesa…

Na ressaca futebolística, de um pequeno amargo, que contudo não foi um grande drama coloco-me perante a existência de uma patriotismo capaz de ainda salvar o país. Será que existe de facto um factor de agrupamento na mentalidade de ser português que possa vir ao de cima quando necessário for? Será que é esse o doce que tanto necessitamos?

Sem considerações ao estilo pessimista velhos de Restelo, que a sociedade portuguesa mergulhou na última década, talvez seja possível também evitar o optimismo eufórico estilo adepto do Benfica que banha as nossas banais multidões.

Se conjugássemos estes dois factores, moral de vencer com humildade será com certeza possível que Portugal suba à tona de água e deixe o mergulho no pantanal de frustrações económicas e sociais em que se tem envolvido.

Para ser franco fiquei frustrado pela Selecção ter sido derrotada pelos defensivos gregos. Mas o que interessa é que realmente quer Portugal, quer a Grécia mereceram ganhar pois foram humildes e tentaram dar o seu melhor sempre. É neste desenrolar de ideias que não estou mais desconsolado e muito pelo contrário, sinto que algo de muito positivo surgiu no Domingo à noite: os portugueses apesar de derrotados, festejaram uma vitória – de ter chegado tão longe no campeonato europeu de futebol, e da organização do Euro 2004 ter tido êxito.

Vencer é importante, mas mais importante é tentar vencer com convicção e excelência e mostrando a capacidade de tentar os seus objectivos. E isso é valido, quer no futebol, quer no mundo empresarial, quer politico. Mentalizar-se que é na excelência que está o ganhar.