estupidez

É com uma enorme vergonha e até repúdio que descubro nas redes sociais tanta gente expressando a sua xenofobia. Tudo porque nos é pedido, a nós portugueses, para darmos acolhimento aos refugiados sírios.

No meio do desastre humanitário que é guerra civil Síria é confrangedor ler tantos disparates acerca de emigrantes árabes como se todos fossem uma cambada de adeptos do ISIS infiltrados na Europa. A santa ignorância faz com que pessoas pacatas mostrem a fraca fibra moral. A Síria é das poucas regiões do médio oriente onde conviviam várias religiões, inclusive a cristã. E a julgar pelo andar na guerra naquele país, serão esses cristãos que mais temem pelas suas vidas a ponto de tentarem chegar apesar dos inúmeros perigos aos tolerantes países europeus. Mas ao que parece, para muitos países europeus essa tolerância está só escrita nas suas constituições. O medo e o ódio acerca destes acontecimentos muito me recorda o pesadelo de há 70 anos com os senhores das suásticas.

Neste caso, a estupidez humana não para de me surpreender: muito porque a falta de cultura e a iliteracia imperam cada vez mais na era da Internet – e ao contrário do que eu suponha – quanto mais informação (e desinformação) a circular, mais fácil é manipular os estúpidos. É para piorar tudo, os estúpidos têm voz nas redes sociais e as suas afirmações ignorantes chegam sempre aos ouvidos de outros patetas que preferem ler mensagens de medo e ódio, do que simplesmente consultarem a wikipedia.

Ajudar quem está em perigo de vida é um dos lemas teóricos da racionalidade humana, a solidariedade uma das premissas da vida em sociedade, seja qual for a religião ou credo. E manifestamente isso está esquecido.

2 – Na corda bamba

um receio que se vai vencer

Tenho que aprender a não sucumbir com alguma facilidade à pressões e sentir-me como se estivesse numa corda-bamba que abana, perdendo o equilíbrio que me sustenta à vida.

Culpo-me por não ter essa experiência, essa capacidade de me equilibrar quando o vento sopra mais forte e temendo a queda, forçando movimentos mais bruscos e perigosos de pânico, movidos a uma estupidez irreflectida.

Num futuro próximo vou com mais confiança e certeza, ignorar o abismo que se estende debaixo do arame, seguindo pé ante pé, sem pestanejar, seguro que nenhum vento, seja qual for a sua intensidade, não me fará precipitar numa queda fatal.