tarot

Se pensasse duas vezes não seria capaz de encontrar uma encruzilhada, um ponto geracional no passado para o ponto que me encontro actualmente. Seriam muitos pontos, muitas decisões ou principalmente a sua ausência que foram construindo um futuro que é hoje um presente.

Mil e um caminhos afluem a este destino em que eu me posicionei. Sei que as cartas do Tarot, que eu tanto subestimo, tantas e repetidas vezes me disseram um destes presentes. Nem sempre queremos ver, ou não focamos o que um dos futuro nos destina porque viver não está escrito. Escreve-se.

O Destino escreve-se a cada esquina, a cada sorriso, a cada viagem. A cada palavra por dizer e a cada não. Espero continuar a escrever.

Seriamente mas não serenamente, só sei que nada disto faz sentido. O poço de emoções trasbordou e alagou sem piedade as minha fronteiras de raciocínio. Talvez porque não estivesse à espera, talvez porque não quisesse ver, o facto é que a Torre de Babel em X mostrou-se impiedosa, arrastada pela Roda do Destino em I. Face a mim está o Eremita em VII, e o desfecho é o Diabo em XII dando a confusão e ilusões. O Pendurado em XI é evidente prenúncio destes atritos. Certo e sabido tudo se escapou tudo ao meu discernimento, como uma bala que já tinha sido disparada, e o seu alvo, eu, estava estático, sem poder de reacção, incapaz de me desviar do seu trajecto.
E foi assim que antevi incrédulo. Era demasiadamente tortuoso, excessivamente lacónico e frio. E era para já, não tardava, com cavaleiros de mau agouro.
E a bala atingiu-me em cheio.
Porém os ferimentos não são mortais, nem apanharam sequer qualquer ponto vital. Mesmo assim doeu que se fartou e urrei de dor ao ser trespassado pelo metal incandescente. Mas a convalescência é rápida e não tarda estarei de novo pronto a dar o peito a outras miras telescópicas. E sem qualquer tipo de receio.

Podem me abater, mas não me conseguirão submeter.
Afinal gosto de Viver, e não de viver.