Outubro 2002

Apesar de uma semana exaustiva, a fazer dois serviços em simultâneo (a filha de uma colega adoeceu), o que quase me deixou próximo de voar sobre um ninho de cucus… As ultimas semanas têm escoado entre o cansaço, excesso de horas de trabalho e ainda mais cansaço -> (como quando o disco do servidor do trabalho deu tilte e o backup era da semana passada -> resultado: 16 horas extras para recuperar a facturação e contabilidade).

Mas nem sempre de trabalho vive o homem, e dos cansados não reza a história.

R. velho colega da faculdade, ele também forçado a ser emigrante na grande cidade, está prestes a casar-se com uma ex-candidata a miss Portugal de Azeitão. Com esse mote, M., J. e eu arranjamos um bom pretexto para darmos uma escapadela a Vigo e voltar a nossa Galiza amada.
A principio o meu corpo estava a recusar a ideia de maus-tratos, já de véspera se queixava. Mas o sono veio e 14 horas NON STOP ajudaram a retemperar forças.

Nada dessas despedidas de solteiros que servem de metáfora masculina para ir às putas e tentar organizar, orgias, sorubas ou bacanais. Tratou-se mais de um simples passeio de descompressão, com um bom jantar, regado com “Côto”. Boa conversa, saudades daqueles tempos. «lembraste daquela vez que…», «que é feito da…», «e quando o fulano disse…» … Veio a segunda de “Côto”
Depois a tequilla en ferro da praxe, e as deambulações exigidas pela capela,o Chicago,o Ferrer…

Mas antes de recolher ao hostal “categoria” fomos
à capital do norte ibérico em termos não de má vida, mas sim em música alternativa – o Vademecwm.
Fantantico! O sítio é quase uma descida aos infernos e uma subida aos cêus em simultaneo. Diabinhas e anjinhas q.b.… O ritmo ribombava ao melhor estilo dos clubs mais conceituados da europa, com que nos perdemos para finalizar a noite. É costume ter lá concertos agendados do “quem é quem” da música alternativa, de artistas, DJs e MCs que possivelmente nunca viriam a Portugal.

Ainda segui umas horitas de batida e folia agradáveis.

E dizem as más línguas que aquilo dura até ás 10 da matina… Isso não sei, pois queria dormir umas horitas… E depois dormimos e voltamos a Portugal.

É como tudo. Resta-me uma semanita a tentar ver onde perdi a cabeça e se as dores musculares passam…

Ir até ao médico pode por vezes ser um desespero para mim. Não que tenha uma dessas fobias parvas, como o pavor a dentistas médicos ou hospitais.

Se tenho algo semelhante a pavor isso será em relação a esperar tempos esquecidos nos consultórios, rodeado de pessoas-ovelhas como é costume nestes locais.

O habitat ideal onde podemos observar uma grande concentração de pessoas-ovelhas é sem dúvida nos consultórios médicos. Estão mais dóceis que nunca. Olham com os seus olhitos receosos e aparentemente desinteressados, como que esperando a matança do rebanho.

Eu não… Apenas sinto o desconforto da espera, o fedor da paciência alheia e a minha revolta pelo karma e sentimento de impotência perante a impossibilidade de fazer um fast foward no controlo remoto da vida.

Tenho compaixão pelas pessoas-ovelha, mas estas fazem-me nojo. São previsíveis e simplórias. Doces mas demasiadamente servis. E o lobo anda aí!… Acho que todas as pessoas-ovelhas confiam num pastor fictício e nalguns cães pastores da vida. Não são capazes de abandonar do rebanho. Esse rebanho faz parte da sua protecção e por estranho que pareça, é esse rebanho a sua razão de existir.

Enfim, creio que sou uma ovelha desgarrada.

Sempre fui muito céptico e positivista. Contudo este fim-de-semana tive que rever o descrédito que dava à astrologia.

J. falara-me de Pete, um sujeito inglês muito afável que estava a viver na minha cidade, e que curiosamente é astrólogo amador.

Agora que Peter está sem emprego e se dedica a escrever um livro sobre os astros, decidi dar uma ajuda ao rapaz.
Confesso que fiquei curioso, já que J. ficara KO com a leitura milimétrica que lhe tinha feito…

Peixes com ascendência em Balança, com o que Pete chamou uma personalidade complexa com a antítese a 45° de Neptuno e Urano. Mas explicou porque essa dicotomia, e a par e passo descreveu a minha personalidade. Fiquei KO também.

Pior foi dizer com exactidão cronométrica (acertando mesmo nas semanas!) de eventos que me afectaram, que pelo bem, quer pelo mal, nos últimos anos.

Acho que acabei por saber mais sobre mim. E se muito que sinto esta assim escrito nos astros, de certa forma não me aflige tanto. Acabei por perceber melhor alguns dos meus defeitos e predicados.

Quanto ao futuro:

Vai-te embora Plutão!

Para quem estiver interessado, Pete faz a leitura por 25 ?, mas convém perceber bem inglês, pois o português do moço é algo incipiente. Mas dá direito aos mapas e também a uma cassete audio para se digerir mais tarde toda a explicação.

Deixo mail de Pete Watson a quem quiser marcar uma consulta…

Esta história de formatar computadores já trás água no bico. Depois de passar 15 dias a configurar o PC como eu gosto, a meter uma tonelada de bytes em software (sacado da net e logo crackado como deve ser), passado horas a tentar todas as minhas 300.000 passwords antigas dos 107 web$ervices que tenho, eis que o Windows dá tilt não recuperável dos backups que tenho.

format c: /a

Volta a estaca zero…

Depois a placa gráfica da problemas. E o sistema não faz upgrade.

format c: /a

Volta a estaca zero…

Assim fico psicótico… E sem poder escreveraqui!

Zil!!!

Não há musa inspiradora que aguente!

Faz bastante tempo que não escrevo! Mas tenho tido algumas razões para isso. Não é indesculpável de todo mas justifica a minha “ausência psicótica”.

  • Novas paixões,
  • novo computador (de *uta madre, e respectivas configurações intermináveis – afinal o XP é uma valente merda),
  • casa de praia lonqe de netcabos, ADSLs, SICs Radicais e afins
  • FÉRIAS versão 1 – com o M. e A. literalmente perdidos em España! – Fazendo o roteiro dos hostais, com muito Aseréje
  • Curso de Baleias voadoras com treino semi-militar, mas com contratempos climatéricos e avionetas ausentes,
  • FÉRIAS versão 2 – repouso absoluto a 200 mts da minha praia por uma semanita
  • FÉRIAS versão 3 – compadres stile em Mina da Juliana, no mais profundo Alentejo, entre Ferreira do Alenteio e a singela Beja.
    Ah Sopa de Cação, ah Gaspacho, ah Bolo de Ralo, ah queijinhos de Serpa, ah Coentrada… Que pecadilhos cometi que se converteram em uns kilitos extra… Piscina exterior, interior, banho turco, btt a assustar avestruzes, cavalos do picadeiro e uns touritos no monte!
    Gaijas!!! Gaijas!!! Gaijas!!!
  • Gripe e afins no regresso do guerreiro.

E assim foi… !